Páginas

14 outubro, 2008

“Toda hora rola um insight”¹

Aos seis anos, idade na qual está sendo alfabetizada, ela já lê e escreve com uma desenvoltura pouco comum às crianças do mesmo "nível educacional". É capaz de produzir pequenos textos escritos e/ou desenvolver algumas histórias orais. Sempre gostou de olhar os livros e revistinhas, agora já os lê. Com ajuda e incentivo espero desenvolver ainda mais todo esse potencial.

As ruas da cidade são um prato cheio para ela praticar. Têm tantas placas, luminosos e nomes espalhados pelas fachadas... são tantas cores, formas e (as vezes) luzes... que até parece um parque de diversões literário. Parece, mas não é. A bichinha* fica toda perdida me perguntando que palavra é essa ou aquela ali... São tantas palavras escritas com combinações sonoras diversas e tantos estrangeirismos que parece que não existe gramática, que a Língua Portuguesa não apresenta normas. Imagine!

Ela cresce inserida numa cultura global, fortemente influenciada pelo inglês e pelo American way of life. Nesse processo, as manifestações próprias da cultura nacional vão ficando para segundo plano e a escola parece ensinar algo que não condiz com a realidade, coisas aparentemente desprovidas de utilidade prática. Também não sei até que ponto o ensino é influenciado pelo processo de "imposição cultural".

Costumo dizer que a escola nos fornece, no máximo, 30% de conhecimento realmente útil, prático e em sintonia com nossa realidade social particular. Os outros 70% cabem a nós buscarmos ao longo da vida, do nosso esforço pessoal e do auto-didatismo. Porém, sem os 30% ensinados na escola, aumenta muito a dificuldade em adquirir os 70% apreendidos na vida.

Particularmente, nós brasileiros preferimos incorporar a maioria das palavras estrangeiras, muitas vezes "aportuguesando-as", ao invés de traduzir-las, encontrando na Língua uma palavra que melhor se refira ao significado.

Por isso "escaneamos" ao invés de digitalizar, temos vários brothers ao invés de amigos e comemos um Dogão da Select ao invés de um pão com manteiga na padaria da esquina.
_____________________________________
1- Samba do approach, de Zeca Baleiro
*
Bras. Mulher nova; mocinha. (Dic. Aurélio)

6 comentários:

Unknown disse...

E nossa língua é tão rica, né? Nem precisávamos aportuguesar tantos estrangeirismos...

Anônimo disse...

pois é...

Diogo Rocha Braga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Grilo em:
Esssa palavras e os seus insighh.
Elas revelam que, essa invasão do estrangeismo americano,o american way of life.Isso para mim e ruim porquê,com essas novas palavras, nós esquecemos de usar e alteramos o nosso rico,vasto e tão bonito vocabulário luso-brasileiro.
Por exemplo,temos o nosso famoso pão com carne,tomate,alface e queijo que, por puro modismo, preferimos chamar de hamburguer pois,essa nova palavra tem um som bonito para som dos nossos ouvidos.Mas para mim,comer,falar pão com carne, soa bem ouvidos.Logo meu caro amigo eu vos digo:-Se for falar seja autêntico, guie a sua boca com a voz do coração e não pelas palvras da aprendidas por obrigação.Diogo Rocha Braga sad:-Thank´s you are wel can. my pretty guy.

Anônimo disse...

pretty guy? uow.... tema para filme novo?

Anônimo disse...

Vocês são ótimos!