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29 agosto, 2007

Turma do Barulho


Dia do pais 2007.
A Turma do barulho reuniu-se em mais um domingo para jogar o velho "baba".
Após a pelada, feijoada e cerveja para comemorar.
Acordar às 5h, todos os domingos para jogar bola, só com uma turma boa dessas... uma turma do barulho!!!!!

Em pé: Lago, Marquinhos, Edcilvio, Otto, Domingos, Eu, Opá, Fernando, Sérgio, Juthay, Nilson (Careca), Arthur, Silvan, Jura, Ari, Anselmo e Sauro. Agachados: Fábio, Paulinho, Dado, Lucas (Fifo), Val, Vítor, Valdir, Edgar e Allan. Faltaram: Reina, Antônio José, Josa, Ivo, Everaldo, ...

06 agosto, 2007

(Ser) Curinga

Cabisbaixo, caminhava pensativo...
...a vida errante, a família se dissolvendo e os amigos, distantes.
Procurava uma resposta, algum sinal
em meio ao turbilhão de pensamentos invasores. Ia ao âmago, em busca da causa dessa angústia consumidora e depressiva. Trespassava os portais[1] e, mesmo assim, não encontrava solução. As idéias, outrora visitantes, sumiram. Quase pisava numa carta enquanto andava em direção a um portal. Porém, antes de adentrá-lo, as cartas do baralho de Frode[2] ascenderam na memória. Um lampejo surgido no giro do tufão mental. Parou! Pensou. Uma carta esquecida e perdida, do jeito como se sentia. Voltou vacilante para apanhá-la. Só pode ser um curinga, desejou...

Um baralho possui 52 cartas (13 por naipe) mais um curinga. O curinga é carta fora do baralho, não pertence a nenhum naipe e na maioria dos jogos é descartado, não faz falta.

Virando-a recebeu uma descarga de satisfação e alívio. Um homenzinho com chapéu e roupas coloridas, cheio de guizos. Sentava-se na concavidade da lua crescente e olhava através de um binóculo. Era um curinga!
Segurando-o firme, atravessou o portal. Do outro lado, caminhava sem parar de olhá-lo. Seria apenas mais uma carta para a maioria das pessoas, menos para ele.
Um tipo de “bobo da corte” sentado na lua e olhando além, com um binóculo, não poderia ser uma mera cartinha. Cada baralho possui o seu curinga. É uma carta única e diferente de todas as outras, é ímpar! Parece não pertencer a nenhum naipe, mas pertence à todos.
É um ser diferenciado. Enxerga aquilo que os outros não vêem, com distanciamento, amplitude e profundidade. Questiona sobre a razão de sua existência, do lugar onde vive e das relações sociais. A busca pelo conhecimento é constante, não cessa.

Ele quer ser curinga. Ele é um curinga. Essa foi a resposta, o sinal (geralmente)...
“... pouco percebido pelas mentes não sintonizadas com o processo universal da interrelação nos movimentos quânticos, dentro da inquietação vibrante do Cosmo.”[3]

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[1] Espécie de passagem para outra dimensão onde a pessoa se sente livre das impurezas, avarezas e opressão presentes na sociedade. Essa dimensão é qualquer lugar onde a pessoa se sinta verdadeiramente bem e despreendido. Esquece dos problemas, encontra soluções e tem idéias boas e criativas.
[2] Personagem de Jostein Gaarder em O dia do curinga. Leia o livro e saiba mais.
[3] Gusmão, Ernane N.A. Sincronicidade e acasualidade – uma visão holística da vida. In: URSA MAIOR: ensaios. Salvador:_____, 2004. p.51.