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07 novembro, 2007

Reportagem

Espetáculo é da torcida

Na minha primeira vez num estádio não tive como medir a emoção envolvida numa partida de futebol. Muito mais por ser a primeira vez e, também, por ter ficado nas cadeiras. Meu tio parecia apreensivo, talvez, pela responsabilidade em levar uma criança aos dez anos de idade. Mamãe deu as diversas recomendações e ele as seguiu à risca. Ainda bem, pois caso titio não fosse tão chato e preocupado comigo [ou com a reação de mamãe], poderia demorar muito tempo para descobrir a “vibração e energia positiva da torcida”, como ele costuma falar.

Fonte Nova, quarta-feira à noite, quase 60 mil vozes cantam em uníssono: “Bahêa, Bahêa, Bahêa!”. Marcelinho, na empolgação dos seus11 anos, está a caráter. Camisa e gorro do Bahia listrados em azul, vermelho e branco. Guilherme, o tio, veste-se da mesma forma, porém seus acessórios são brancos. A alegria de Marcelo é flagrante, veio de Lauro de Freitas olhando todos os detalhes e praticando alguns dos cânticos ensinados por seu tio. Este, por sua vez, ri e observa o sobrinho, motiva-o, provavelmente enxergando nele a criança que foi um dia. A vez que invadiu o gramado para comemorar um título, o toque na grama da Fonte, o gol frente a frente, as arquibancadas em forma de ferradura como se abraçassem o campo e a si próprio. Enfim, chegam ao templo baiano do futebol.

Situação como essa ocorre país afora. O brasileiro é apaixonado por futebol, um lazer barato e que mexe com o sentimento, entra na vida e modifica comportamentos. Cria no povo um sentido de nacionalidade e identificação cultural. O sociólogo Hudson Marambaia, prossegue com o raciocínio: “Esse sentimento, essa paixão pelo futebol é despertada desde cedo. Repare que a primeira coisa que um pai dá quando a criança começa a andar é uma bola”, analisa. Conforme Marambaia, o futebol desperta um elemento identitário, coletivo e individual, que permite ao indivíduo reafirmar sua identidade e a representar sua vida na sociedade, ou seja, o torcedor precisa de algo para se sentir em algum grupo, que tenha importância, valor.

O Campeonato Brasileiro de Futebol é composto de três séries [ou divisões]. Dentre elas, a Série-A é a principal [Primeira Divisão], aquela onde os clubes recebem a maior parte das cotas de televisão e disputam vagas nos torneios internacionais – as copas Libertadores da América e Sul-Americana. As outras [Séries-B e C – Segunda e Terceira Divisões, respectivamente] são caminhos para alcançá-la. Na prática, há poucos anos apenas, estas duas séries receberam uma atenção maior, sobretudo pelo rebaixamento de times tradicionais como Bahia, Vitória, Coritiba, Atlético Mineiro, Fluminense, Grêmio, Guarani, Palmeiras e Botafogo. Alguns deles já retornaram à elite do futebol brasileiro, enquanto outros [Coritiba e Vitória na B e Bahia e Guarani na C] ainda penam nas divisões inferiores.

2 comentários:

Jeniffer Santos disse...

Boa reportagem!
Foi para qual matéria?


Bem...eu nunca assisti a nenhum jogo em estádios...recentemente coloquei essa idéia na cabeça.E pretendo ir em breve,mas....não para ver o Bahia jogar,mas sim o vitória ;D


heheheh!

beijos!

*Tem coisa lá p vc no blog!

Guigus disse...

:: Vai mesmo!!! Mas, só pra não rolar nenhuma dúvida... a bola é aquele 'negócinho redondondo', normalmente branca, que todos os jogadores estão correndo atrás.
: risos :

hehehe, só de brincadeira!!! ::