Vasculhando uns textos do meu velho pai (sim ele escreve) descobri...
O Bar, é o Bar ! ...
Não, o Bar não é somente Bar!
É profusão de sons,
e de cores
e de cheiros
e de gostos!
O Bar é um encontro dos anônimos,
dos sinônimos
e dos antônimos!
O Bar é a sinfônica do acaso,
um caso único de sintonia de luzes,
fumaças, goles, vozes,
tristezas, delírios, aplausos!
O Bar é um caleidoscópio
de vida urbana!
Pedaços de idéias,
pedaços de doutrinas,
pedaços de filosofia
pedaços de consciência.
Imanência, transcendência!
O Bar é um fragmento
e ao mesmo tempo um todo!
O silêncio dos deprimidos,
o alarido dos eufóricos.
A louçania da vida,
a introjeção do sofrer!
Um saco! Um balão!
O Bar é solo, espaço,
subterrâneo, atmosfera,
sufoco e respiração.
Agonia, exaltação!
entranhas e erupação.
É magma, é lava!
É quente, é frio.
É poeira das estrelas,
é profundeza da Terra.
Há tanta gente no Bar ...
Há tanto Bar na gente ! ...
... tenho ido pouco ao Bar.
Cada vez mais, o Bar vem menos a mim
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Poema: O Bar de Ernane Gusmão
Imagem: http://hervethibault.free.fr/galeries/bars/aquarelle_sanguine_bar.jpg
2 comentários:
Adorei!
Oh Alena!!! Seja sempre bem vinda!! Também gostei muito do poema e acabei descobrindo que estou indo pouco ao Bar.
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