25 maio, 2008
"Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não"¹
Comprei a biografia do João Saldanha e estou louco para lê-la, por isso estou acelerando a leitura atual, A coroa a cruz e a espada, e adiarei a então futura leitura, As barbas do imperador, um livro sobre D. Pedro II. Essa leitura intermediária vai ser uma pausa interessante nessa minha caminhada de conhecimento pela história do Brasil... e por falar nesta caminhada, você pode até dizer que eu tô por fora ou então que eu tô inventando[2]..., mas rola um misto de agonia e encantamento à medida que vou descortinando a história do Brasil. Olha que tive excelentes professores de história [lembro da aula sobre o Grito do Ipiranga até hoje, D. Pedro I e suas dores de barriga...], mesmo assim, é triste “aprender” que Cabral “descobriu” o “Brasil”. Também é muito frustrante idolatrar certas figuras que sequer se identificavam com [digamos assim] o Brasil e seu povo, sua identidade [sic]. Imagine que entre a prefeitura e o Palácio Rio Branco há uma estátua de Tomé de Sousa. Quem foi Tomé de Sousa? Primeiro governador do Brasil, instalou o Governo Geral e blá blá, blá blá blá blá eu te amo[3]... Pior que não amo, aliás, melhor! Melhor que não amo! Tomé de Sousa quando chegou aqui a primeira coisa que desejou foi ir embora. O fato é que ele representa o poder, o sistema, a dominação. E assim, de alguma forma, os poderosos estão sempre procurando eternizarem-se na história. Parece haver uma espécie de conchavo, um acordo para assim se perpetuarem ao longo dos tempos. Bobô foi muito mais importante para o povo da Bahia do que De Sousa.
Por falar em Bobô... que time fudido da porra é esse o do Bahia? Horrível! A cara da diretoria. Não entendo como podem comparar a diretoria do tricolor ao cardeal. Este é um pássaro vistoso, com um canto puro e belo e não merece ser comparado com essa corja de atrasados e retrógrados, esses pestilentos e insistentes que se acham dono deste símbolo popular que é o Bahia.
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude, tá em casa guardado por Deus, contando vil metal[4]...
O triste de ser brasileiro é saber que somos a continuação da história de outro povo, num outro continente. Não existe história do Brasil antes de 1500. Não existe história do Brasil sem a visão eurocêntrica. Mas também não existiríamos se a história fosse diferente. Então, vamos conhecer nossa história e fazer diferente porque ser brasileiro também pode ser legal. A seleção brasileira e as músicas mostram isto, o berimbau também mostra, mesmo com uma corda apenas... [médico @$#%¨&!*#!]. Ser brasileiro é e pode ser bom. Vamos!!! Nós podemos fazer isso!!! Faça daí que eu faço daqui e quem sabe nossos bisnetos colham o fruto de uma sociedade melhor e mais justa. Um abraço e até breve!
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1,2 e 4. COMO NOSSOS PAIS DE Belchior POR Elis Regina DISCO Falso Brilhante GRAVADORA Phonogram (depois Polygram Records) ANO 1976 (LP) – 1990 (CD)
3. RÁDIO BLÁ DE Lobão, Arnaldo Brandão e Tavinho Paes POR Lobão DISCO Vida Bandida GRAVADORA RCA ANO 1987
IMAGEM: ILUSTRAÇÃO de Adilson Farias
PS: Para vocês que não sabem moro em Salvador-BA, então claro que estou falando da prefeitura da "minha" cidade. Por sinal... "me fassa uma garapa" desse prefeito.
PPS: Aqui em Salvador fudido é fudido mesmo, ou seja, é uma mer...@#%$%¨@#%.
16 maio, 2008
...
tratemos as outras pessoas sempre como um fim em si mesmo, e não como um simples meio para se chegar a outra coisa
Immanuel Kant (Königsberg, Prússia)
(22 de Abril de 1724 — 12 de Fevereiro de 1804)
12 maio, 2008
Música, viagem e cartas
"Não quero saber quem sou, morro de medo
nem quero saber pra onde vou, é muito cedo
[...]
Mas o que eu quero é saber
é o que apronta este lado do teu rosto
E o que faz o sossego morar
no que está posto.
Não guardo segredo mas sou bem secreto
é que eu mesmo não acho a chave de mim."¹
Resolvi antecipar o post da semana [sim, estou tentando postar 1 por semana] porque viajarei amanhã. No roteiro, os interiores de Bahia e Sergipe. Levarei uma máquina, mas não prometo fotos. Viajarei a trabalho e não me sinto a vontade com essas câmeras digitais automáticas. Registrarei Registraria alguns momentos... A viajem furou, adeu$ reai$
Semana passada escrevi uma carta, do jeito que tem que ser, escrita a mão, colocada naquele envelope com contornos verde e amarelo e enviada pelos correios. Em toda minha vida não escrevi mais de dez cartas, mesmo conhecendo pessoas queridas nos lugares por onde passei. Na época não existia nem e-mail e telefone interurbano sempre foi um problema $ério.
Acho que é porque gosto de olhar pro passado e admirá-lo naquilo que ele tem de bom e as cartas terem desempenhado um papel histórico de extrema importância. Você já se perguntou como as notícias eram transmitidas em 1800? E em 1500? E na Idade Média?
Acabei de ler um livro sobre a vinda da Família Real ao Brasil e ele foi baseado grande parte nas cartas que os membros da corte enviavam entre si. A carta de Pero Vaz de Caminha é um dos documentos mais importantes da história do Brasil. E no medievo? Ouço cavalos galopando... um mensageiro, uma carta... alguém contará algo e um outro alguém saberá.
Chico e Vinicius já compuseram por meio de cartas, quando a Ditadura andou por aí exilando uns e outros.
Pois é, em plena época do e-mail, celular, msn e eu aqui mandando cartas. Fazer o quê? Esperar a resposta...
PS.: As referências abaixo são as originais, mas fui inspirado escutando Zé Ramalho cantando. _____________________________________
. SANGUE E PUDINS DE Fagner e Abel Silva POR Fagner DISCO Raimundo Fagner GRAVADORA CBS (Sony Music) ANO 1976 (LP) – 1995 (CD)
08 maio, 2008
(mais) um diálogo meio louco e filosófico
– Quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha?
– A idéia.
– A idéia? Que idéia é essa rapaz?
– A idéia de que é a idéia quem veio primeiro.
– A idéia de que é a... Porra cara, num dá pra complicar menos não?!
– Velho, antes do ovo ou da galinha existiu a idéia de ovo e a idéia de galinha.
– É?
– Sim. Para o idealismo a concepção das idéias precede a sua realização concreta.
– Idealismo?
– Isso meu velho. Primeiro vem a idéia, depois a concretização.
– Hummm... Concordo não.
– Não concorda? Você acha que essa roubalheira toda que tem por aí é um ato impensado?
– Não, não, não. É TUDO MUITO BEM PENSADO!!!
– Então?
– O que me incomoda é pensar em algo que nunca senti...
– Agora é você quem está complicando.
– Cara, lembra quando Saramago chamou nossa atenção para o fato de sabermos olhar?
– “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”[1]
– E aquele professor que nos mandava escutar os sons do mundo?
– Claro!!! Bob Pai, né?
– Isso. Agora lembre do que vou te dizer: Sinta.
– Tô escutando.
– Sinta!!!
– Tô vendo velho, tô escutando... fala logo.
– Ver e escutar não são suficientes, é necessário sentir...
– Ah?
– ...sentir com os sentidos. Olhar, escutar, pegar, cheirar e saborear. Cores, sons, texturas, aromas e gostos.
–Aaaaaaaaaaah, então...
– Já parou pra pensar que...
– Para poder materializar algo mentalmente é necessário sentir?
– ...dentre as coisas que conhecemos apenas uma minoria é fruto da nossa percepção sensória? Ou seja...
– ...tivemos a oportunidade de conhece-las com nossos sentidos...
– Perfeito! E a maioria delas... você tem alguma idéia?
– Idéia?
– Muito bem, acertou!!!
– Você quer dizer que a maioria das coisas que conhecemos derivam de idéias?
– Das idéias que fazemos das coisas.
– Porra velho, essa volta toda pra chegar no mesmo lugar?
– Pensei que tinha entendido?
– E não entendi?
– Acho que não. A idéia vem depois do sentido. Pois como posso ter alguma idéia sobre algo, sem nunca tê-lo percebido com meus órgãos do sentido?
A partir do momento que tenho uma única experiência sensória desenvolvo uma idéia preliminar sobre o objeto ou coisa.
– Humm, faz sentido. (será?)
– Claro que faz! É assim que percebemos o mundo. Ou melhor, assim deveria ser...
– Deveria?
– Sim. O que venho dizendo é que as coisas estão aí independentes de nós as percebermos. A idéia de algo surgiu após alguém ter percebido esse algo, ou seja, peguei, cheirei, escutei, falei (provei) ou olhei e desenvolvi minha idéia, a idéia de como percebo esse algo, essa coisa.
– E eu com isso?
– Com isso você aparece, doido, querendo conhecer esse algo, elaborar a sua idéia dessa coisa.
– Obviamente.
– Porém, eu tenho o privilégio de escolher como você vai perceber...
– Por quê? Você é dono dos meus sentidos?
– Não, mas posso, ao invés de deixar que você sinta, descrever a coisa para você. Aí, você irá construir uma idéia baseada na minha e não nos seus sentidos. Essa idéia preliminar formada por você será ajustada ao longo de novas experiências “ideísticas” até que você ajuste-a “definitivamente” quando puder senti-la com seus aparelhos sensoriais.
– Porra!!! Você bebeu o quê? Hahahahhaa, que viajem da porra!
– Pois é, bebi nada não. O mundo de hoje está assim, com muita gente conhecendo as coisas baseado nas idéias dos outros, que por sua vez ouviu a idéia de outro...
– ...e por aí vai, pouca gente sente...
–...é, pouca gente sente e por aí vai... contentando-se com a idéia formada, não buscando conhecer por si...
– ...desaprendendo a amar, desaprendendo a sentir
– desaprendendo a sorrir...
–– Vem cá, dá um abraço aqui...
01 maio, 2008
Carta Magna????? Antes uma caneta(da) de ouro!
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
:-s .|. :-x .|. :-|
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